Os filmes de super-heróis, que se proliferaram nos últimos anos com maior ou menos grau de sucesso junto ao público, devem muito de seu apelo atual a X-Men, primeiro filme da franquia, lançado no já distante ano de 2000 e dirigido por Bryan Singer. Foi esse excelente trabalho que mostrou que filmes de super-heróis podiam sim ter conteúdo e agradar a público e crítica como entretenimento de qualidade. De lá pra cá, foram vários os filmes de seres com super habilidades a chegar aos cinemas, incluindo uma lucrativa franquia dos próprios X-Men, composta de uma trilogia, filmes solo de Wolverine e do aclamado prequel de 2011, X-Men: Primeira Classe.
Com X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, no original), entretanto, a série se abre em novas possibilidades narrativas, graças a um roteiro interessantíssimo que junta os adorados personagens da primeira trilogia com as versões mais jovens apresentados em X-Men: Primeira Classe. O resultado disso é um filme surpreendente, dinâmico e, desde já, um dos melhores da franquia.
E a trama do novo filme é irresistível: em um futuro não especificado, os mutantes foram praticamente exterminados pelos Sentinelas, robôs que se adaptam aos seus alvos e são praticamente indestrutíveis. Desenvolvidos pelo cientista Bolívar Trask, os estudos para o aprimoramento dessas verdadeiras armas se intensificaram depois que Mística matou seu criador e os humanos se sentiram ameaçados pelos mutantes. Por isso, os sobreviventes do futuro, comandados por Charles Xavier e Magneto, decidem usar os poderes da mutante Kitty Pryde para mandar Wolverine de volta ao passado e convencer os jovens Xavier, Magneto e Mística de que o passado deve ser alterado.
Pode parecer confuso, mas o trunfo de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido é nos prender desde os momentos iniciais da trama sem que fiquemos boiando com o que se passa na tela. Em poucos minutos de projeção e graças a um ou outro diálogo mais expositivo, entendemos claramente o objetivo dos personagens e suas intenções. Mesmo com muitos personagens cruzando a tela e contracenando, em momento algum ficamos perdidos ou sem entender o que se passa. Melhor ainda: até quem não conferiu os outros filmes da série pode aproveitar a história e embarcar nela sem grandes traumas.
Com um elenco estelar, cabe a Hugh Jackman mais uma vez defender o seu Wolverine e contracenar com as versões jovens de Xavier e Magneto. E se Patrick Stewart e Ian McKellen são, sem sombra de dúvidas, senhores absolutos desses personagens e soberbos em suas atuações, James McAvoy e Michael Fassbender não ficam atrás e, assim como já haviam mostrado em Primeira Classe, dão conta muito bem de defender os personagens. Além disso, Jennifer Lawrence e sua Mística ganham bastante destaque na projeção, já que são as ações da personagem que movem o retorno de Wolverine ao passado.
Ao mesmo tempo que apresenta novos personagens, os fãs das histórias anteriores certamente ficarão felizes em ver conhecidos personagens de volta à telona, mesmo que por alguns segundos, como Vampira (Anna Paquin) ou Jean Grey (Famke Janssen).
Mas, sem sombra de dúvidas, quem rouba a cena em sua partcipação é Evan Peters. O ator, conhecido do público por suas participações nas três temporadas de American Horror Story, dá vida a um divertido e jovem Mercúrio. Tanto é que uma das cenas mais divertidas do longa é estrelada por ele, em uma sequência em câmera lenta que arranca gargalhadas enquanto nos mostra como um poder como a super-velocidade por ser bem mais interessante do que aparenta à primeira vista.
De volta à direção da saga mutante, Bryan Singer (que comandou X-Men e X-Men 2) nos mostra a falta que fez ao deixar essa franquia para se dedicar a outros projetos. Um verdadeiro fã das histórias desses personagens, o diretor dá uma nova dimensão a esses personagens, na trama tão bem amarrada pelo roteiro de Simon Kinberg (e, é claro, inspirada na saga dos quadrinhos de mesmo nome).
Com um final crível e que abre diversas possibilidades para novas histórias (tanto para os integrantes da First Class quanto para os X-Men do "presente"), a cena pós-crédito final, uma marca registrada da Marvel, nos adianta o que podemos esperar do próximo filme, já anunciado para 2016, ao apresentar um jovem Apocalipse, que é apontado por muitos como o maior vilão dos X-Men.
Ou seja, se ainda não assistiu X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, não perca mais tempo e programe-se. É o tipo de filme que merece ser apreciado, preferencialmente na sala do cinema e naquela tela enorme que apenas faz da experiência de assistir ao filme ainda mais empolgante!
2 comentários:
O que mais me agrada na direção do Singer é que ele sabe como ninguém mostrar os poderes dos mutantes. Desde o Noturno em X2, passando pelo Mercúrio e pela Blink nesse filme ninguém filma os mutantes melhor que ele.
Eu concordo. Ouvi muitas críticas ao filme, mas ele é muito bom. Tem alguns problemas de ligação e verossilhança, mas é diversão e como si só é legal :)
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