No mundo em que vivemos atualmente, os fumantes não são bem-vindos/vistos. Não possuem mais o glamour nem o status quo de outrora. O mundo, que um dia propagou a ideia de que fumar era legal, hoje cospe no mesmo prato que comeu durante várias décadas. Culpemos a isso os enormes malefícios que os cigarros trazem a saúde.
Indo na contramão do tema, Ivan Reitman adaptou o romance de Christopher Buckley e o levou às telas em 2005. Obrigado Por Fumar (Thank You For Smoking, no original), mostra de forma rápida e direta a história de Nick Naylor, homem bonito e charmoso, que tem como dom a capacidade de convencer a todos aquilo que defende com unhas e dentes, e neste caso, a indústria tabagista.
Nick é um homem divorciado que tem um filho entrando na adolescência. Ele não tem muitos amigos (na verdade apenas três que, como ele, defendem corporações polêmicas como a indústria do álcool e das armas) e o fato de pisar num terreno politicamente incorreto é que faz o filme ter graça.
Tudo ali pode soar como sendo irônico ou sarcástico, mas o que faz a diferença mesmo é a direção de Ivan Reitman, que dosa bem cada cena e cai como uma luva no resultado final. E o realizador é mestre nestas situações, haja vista sua carreira toda formada em cima de filmes, digamos, marginais ao que vemos no mainstream hollywoodiano.
Tudo ali pode soar como sendo irônico ou sarcástico, mas o que faz a diferença mesmo é a direção de Ivan Reitman, que dosa bem cada cena e cai como uma luva no resultado final. E o realizador é mestre nestas situações, haja vista sua carreira toda formada em cima de filmes, digamos, marginais ao que vemos no mainstream hollywoodiano.
Obrigado Por Fumar mostra o quanto o poder de persuasão de uma pessoa pode manipular todo um sistema. Claro que ele se baseia em informações muito bem amarradas e é obvio que Nick gosta muito do que faz, caso contrário tudo teria ido por água abaixo. Não é um filme que diz para as pessoas como elas devem agir, ou que é legal fumar sim e você é bobo por não fazer isso, muito pelo contrário. O filme diverte por não fazer juízo de valor sobre o tema e sim por mostrar o que a capacidade de um discurso bem articulado pode provocar na sociedade. No caso, vemos como um discurso deliberativo e suas etapas foram construídas pelo roteiro.
Com um elenco muito bem escalado, coube a Aaron Eckhart o papel mais difícil: passar credibilidade ao protagonista sem que ele parecesse maniqueísta. Ele consegue o feito e ainda faz com que sejamos levados a pensar que ele está correto, mesmo com tantos absurdos ditos pelo seu personagem.
Dessa forma, Obrigado Por Fumar é uma obra imperdível, necessária em nossa lista dos filmes do #BaúPop.
-->
Nenhum comentário:
Postar um comentário